Preciso fazer um poema
Minh’alma pequena enxerga um tema,
florescem dilemas, mas nada me vem…
Do nada um suspiro; encontro um papiro.
Num instante Altivo... e tudo advêm.
São tantos os aflitos, tristezas, não-ditos.
É doce o conflito que amarga o desdém.
Por que o profundo não chega no mundo?
O estático é imundo e o inerte também.
Palavras medidas? Espúrias! Regidas!
Se tornam fingidas. Não enganam ninguém.
O ego em seu ísmo perverte o lirismo.
Vaidade é um abismo que nada provém.
Os dias fictícios são como hospícios.
Tome um comprimido que afaga o refém.
Fulgor esvaído... queimado, contido
Tal Sol em solstício que aquece aquém.
Estrofe polida, poesia atrevida,
mensagem esvaída… dissipa e intervêm.
Semente dispersa, regada e aberta
Consciência liberta, por si só se tem.
O verso sentido, orgânico, fluido,
autopropelido; exala e faz bem.
Listado os indícios, escrevo o início.
Arte é o artifício que a Cura detém.
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