Como uma marca feita num instante,
ao bel prazer, memória cintilante,
provém da dor, do riso e do fraterno.
Quando ao nascer, respira sossegado.
Com estranheza em colo aconchegado,
expande assim, hormônios ao materno.
Vem da infância o cheiro e o sabor,
do quente ao frio, do límpido pudor,
do atrevido, tímido e etéreo.
E as sinapses correm a flutuar.
O inconsciente paira a retumbar
na autoridade do impor paterno.
Enquanto o olhar do outro é hesitante,
e faz brotar o ego ignorante,
recalca a dor e a guarda no interno.
Do doce ao fel, bagaço que mói cana,
melaço azedo em prova de gincana;
do ser criança, inóspito inverno.
Na adolescência, gritas transmutado.
O adultecer que frusta o recrutado
do anti-sistema, vulgo pós-moderno.
O que se tem é um sonho delirado,
de se importar com o externo inconformado,
que quer perpétuo o arquétipo no inferno.
Conflituoso? voltas ao passado!
E das memórias brotam os pecados...
e a punição destrói o confraterno.
Viaja ao tempo, a luz da nostalgia,
ao recordar lembrança em letargia,
estando a ela, tal qual subalterno.
O recordar - com o tempo - faz constante.
Ao oscilar no agora e no passante,
o ontem e o hoje: ângulos alternos.
Até que um sopro mata a ignorância,
e o que era turvo, torna-se esperança
de refazer a vida em tom superno.
Muda o olhar, o ouvir e a linguagem.
As cicatrizes tornam tatuagens
com forma em riso, flores em aderno.
O Eu se torna firme e cativante
Ao maturar, enxerga-se perante
do seu caminho, vívido e eterno.
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