O Germicida.


Se pesa sentir o que sente,
deixando impotente
e recluso de vida.

Se o peito aperta com jeito,
sem nenhuma brecha
pra fúria oprimida.

Se os dias que passam no atrito
precisam de um grito.
Garganta contida?

Engula o catarro do escárnio,
torne o retardado
um feliz suicida.

Milhares se matam aos poucos
chamando de loucos,
olhos germicidas.

Talvez passando por cima
você se anima,
dá uma sacudida.

A mente aperta, suprime;
insiste no crime
e acha a saída.

A droga se dá na insônia
daquele que sonha.
No copo a bebida.

Na outra mão o cigarro,
um estúpido escarro.
Que cena fudida.

Não julgue quem faz do artifício,
transforma num vício
pra fuga ferida.

É foda lidar com o saber
e ter que viver
com os germes da vida.

18/06/2014 às 04:13.

Nenhum comentário:

Postar um comentário