Miserável Embaraço.

Com o passar do tempo eu vou
precisar de um marca-passo,
que refugue o dissabor
da carência dos teus braços.



Mas que graça, essa vida.
Estou eu, tal qual palhaço,
precisando de outro ser?
Argumento que rechaço.

Minha birra, tão sofrida,
tem porquê: é o cansaço
de se ver formar os nós
onde era tudo laço.

Esta dança toca sempre,
eu conheço cada traço
de amar e se perder
no bailar do descompasso.

Quem não sabe que é difícil?
Cada qual tem seu espaço.
O amor não sabe disso.
Miserável embaraço.

A esperança de outro alguém
é o que dá o contrapasso,
da balança que insiste
em pesar pro lado escasso.

Vou fechar esse poema
e cortar esse fracasso,
triturar no espremedor
e dar fim no seu bagaço.

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