Um fato bastante curioso e constrangedor aconteceu ontem. Eu e um grupo de amigos caçamos um lugar aberto pra comer em pleno feriado: difícil missão. Achamos uma barraquinha nos arredores da faculdade e demos graças a Jah depois perambular pela cidade.
Após a entrega dos pratos, como é de praxe; o rapaz que nos atendia perguntou-nos se queríamos algo para beber. Quando só, recuso de imediato, entretanto, para socializar e mudar a rotina (de nunca beber nada durante as refeições), deixei ele listar as opções.
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Antes preciso assumir que perdi 15kg em quatro meses.
Ano passado, na luta para fazer o meu cérebro ter o melhor rendimento nos estudos; mudei drasticamente minha alimentação e estudei bastante sobre o caso (também foi pra dar sentido ao, até então, cansativo estudo de biologia – que não entrava na minha cabeça).
Foi uma fase ótima. Aprendi como o nosso corpo reage absurdamente melhor com uma alimentação mais próxima do ideal: gordura boa, sinapses cerebrais, raciocínio mais rápido; o integral, o orgânico, a rápida digestão; o refinamento, os tipos de açúcares, a relação glicose x cocaína no cérebro, a dopamina, os receptores cerebrais, o vício, o pão como vilão e pra resumir um pouco mais, a relação da alimentação com as doenças.
É óbvio que fui direcionado, de forma política e contemporânea, ao estudo de como a Indústria Farmacêutica lucra, graças à escrotíssima Indústria Alimentícia e seu o grande, persuasivo e penetrante suporte em nos alimentar mal e nos viciar com suas artimanhas químico-capitalistas. Esse papo dá pano pra muita manga!
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Agora voltando pro almoço.
Os olhinhos de alguns da mesa brilharam quando ouviram a palavra “Coca-cola”.
– Quem quiser que beba tudo, eu não beberei refri - retruquei. Como somos seres sociais, meu bravíssimo ato de recusar a bomba de ácido fosfórico funcionou e os olhinhos se intimidaram. Não me julguem, o pH sanguíneo precisa da neutralidade pra que nossas enzimas possam trabalhar da forma correta (há controvérsias) e, também, eu tenho amor aos meus ossos e coração.
O garçom, pra não perder a oferta, nos informa: temos sucos, da fruta!
– Dá fruta? Perguntei curioso e levemente feliz.
– Sim, da fruta!
– Tem de que? Perguntei, agora mais feliz do que curioso.
– Goiaba, manga e uva.
Juro que desconfiei quando ouvi uva, juro. Em pouquíssimos lugares é servido um suco da uva, tinindo, que penetra as nossas papilas gustativas com o doce e o delicioso sabor da própria fruta. Ah, que delícia. Como fiquei incumbido de escolher: – Traz esse aí, de uva!
Quando o rapaz volta: que decepção. O energúmeno trouxe uma desgraça de um suco industrializado, que no rótulo tinha bem grande “DAFRUTA”, sem espaço. É claro que, assim como ele, eu NÃO DEI ESPAÇO e mandei voltar aquele estopô na hora; ma rapaz.
Eu não sei o que é pior: aquela desgraça industrializada, a coca-cola ou o carinha tentar me convencer que naquilo tinha fruta e que era saudável. Quase pergunto se ele conhece Rato.
Estamos passando por uma crise alimentícia de lobo em pele de cordeiro. Agora lembrando das sábias palavras de um grande mestre que tive ano passado: “nossa sociedade está num nível de mediocridade tão grande, que comer na Subway virou sinônimo de alimentação e lanche saudável”. (Caio Preihs)
E você, já tomou um suco dafruta, ops, DA FRUTA hoje?
Alguns links legais:
https://www.youtube.com/watch?v=Zj-Xg4dqL4s
http://veja.abril.com.br/blog/denis-russo/saude/farinha-de-trigo-acucar-e-cocaina/
http://www.nutricaoexercicio.com/2011/05/coca-cola-o-quanto-prejudica-seu.html
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