Me deparei nas redes sociais com a lamentação de alguns fãs da Legião Urbana pelo estado deplorável que se encontra um ex-baixista, o Renato Rocha; Não assisto televisão, ainda mais TV aberta, fiquei boiando no caso, até um bom amigo me indicar finalmente o vídeo, com a melhor das intenções.
Analisando o vídeo eu fiquei muito envergonhado, não pelo estado do rapaz, mas pela televisão brasileira: que rege a mesma essência em todos os canais, fechados ou abertos, alguns mais e outros menos, essa reportagem excede, se existir algum tipo de bom senso, entre os crápulas que desenvolvem esse tipo de mídia vergonhosa no país. É uma lástima e lhes direi os porquês...
Reportagem altamente sensacionalista, podia ter falado tudo em 1 minuto mas se estendeu por quase 17, mostrando o papel da mídia marrom em prender o tempo do telespectador pra que o mesmo não aproveite em coisas mais produtivas, resumindo: enchendo chouriça.
A parte que aparece um fã, por acaso, pedindo pra ele autografar o CD, foi notoriamente forjado.
Altamente tendenciosa quando culpa as drogas como agente altamente responsável, venhamos e convenhamos, essa é uma característica fortíssima da Record: canal da Igreja Universal. (há quem concorde)
Insinuaram, criaram, elaboraram que a expulsão dele do grupo pode ter sido um fator predominante: comprometendo Dado, Bonfá e o próprio Renato.
Depois responsabilizaram o pouco dinheiro no recebimento dos direitos autorais pelo ECAD, que pelos cálculos da reportagem, dá a média de R$ 916 por mês, o que dá completamente pra suprir as necessidades básicas do ser humano a ponto de ele não ficar no estado em que se encontra.
Quer saber o problema? o cara tem algum problema psicológico, FATO, vide o pai: "problema pra dá nó na cabeça de psicólogo"
O que ele ta vivendo hoje é de responsabilidade exclusiva dele, colhemos o que plantamos, mas não, a Record não mostra a verdade, PORQUE NÃO VENDE:
Quebrando todos os níveis de ética do Jornalismo, se mostrando que é a imprensa marrom em sua máxima, insinuou que a responsabilidade não era dele, deixou Bonfá e Dado numa situação constrangedora, apelou de todas as formas e lavou a mente das pessoas mostrando que é uma injustiça ele viver da forma que ele vive.
Apelou pros filhos, pro pai, pra ele tocando baixo, sonhando, reprisando muito a imagem do próprio passando numa poça de água barrenta, passou milhares de clipes dele quando era Legião, cometeu vários erros, que considero crimes astutos de comunicação que eu poderia escrever mais de mil páginas só falando deles aplicados nessa matéria.
Consequência da inconsequência dessa reportagem chula:
Não coloca-o como responsável pelo problema de forma nenhuma: ele é um pobre coitado, somente vítima da situação, digno de pena e ajuda, isentando-o COMPLETAMENTE da responsabilidade, agindo de forma totalmente perniciosa e persuasiva, e, por fim, encerrou da mesma forma que todas as reportagens sensacionalistas encerram, dando um parecer de um "especialista de merda" na forma mais CATASTRÓFICA que puderam:
"É mais que um desperdício de talento, é uma gravíssima injustiça para com a música popular, não apenas para com a memória do Legião Urbana, mas para com a memória da nossa própria contextualização de música popular, é inaceitável que um contra-baixista do porte do Renato Rocha seja absolutamente afastado, hoje sendo abrigado apenas, pelas ruas" (palavras do especialista de merda)
Pegou um conceito do senso comum, meia verdade, e deturpou, maximizando e criando polêmica e conflito de valores na cabeça de quem assiste, vamos lá:
× É claro que é injusto existir moradores de rua, mas esse é um problema político.
× Seria bom pra música popular se ele estivesse melhor hoje? sim, talvez, mas e aí?
× Onde se prova que ele foi obrigado a morar nas ruas? cadê a lucidez? a sensatez?
× Onde está a gravíssima injustiça? será que está mesmo no estado? e o livre-arbítrio? e o direito de ir e vir?
Vocês já se perguntaram isso?
Como as pessoas conseguem se sensibilizar com esse tipo de reportagem? Cadê o senso crítico? vocês não enxergam que estão sendo manipulados? Querem saber como a imprensa deve se comportar?
Como não se comportar:
* hoje é tão comum, que existem vários outros conceitos de má conduta da mídia atual, procure, pesquise, não seja usado por esses escrotos.
Se não dermos IBOPE pra esse tipo de matéria suja, se não comentarmos, citarmos, compartilharmos, mesmo sabendo que milhares o farão, somos menos um, 99 não é 100, não alimente essa mídia vagabunda que vive a base de nos comover grosseiramente.
Só assim pra aumentar o nível de compromisso jornalístico, como a ética resume tão bem: Objetividade, imparcialidade, verdade e precisão. CADÊ ESSE JORNALISMO NO BRASIL? e no mundo?
Quando assistir alguém falando do assunto, mande esse link, não tenho retorno financeiro com isso (não tem publicidade no blog), assim como tocou você pode tocar em qualquer um, a verdade é a verdade.
O bom senso agradece!
Me sinto enojada com esse tipo de jornalismo barato. Foi até muito difícil assistir até o fim. Em nenhum momento vi dados realmente objetivos, porque se fosse assim a notícia seria dada em menos de 1 minuto. A matéria era puramente tendenciosa, subjetiva e demonstrava opiniões do senso comum e não fatos. Não é a fama, nem as drogas que fazem com que uma pessoa chegue a este estado. Estaria muito mais relacionado com a estruturação psíquica, familiar, existencial. No entanto, essa reportagem me faz pensar que se a imprensa marrom existe é porque as pessoas consomem, porque o princípio aí é destorcer, entreter, emocionar, passar o tempo.. No dia em que não tiver mais ibope pra reportagens como essa, reality shows aí sim a população estará mais consciente.
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